segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Ninguém sabe o que, mas era!


Quando dei por mim estava entrando no Anjos do Balcão, dessa vez já era bem tarde da madruga, estavam todos embriagados e entorpecidos, o Anjos já estava quase fechando, mas ainda estavam todos lá atentos a história que contava aquele desconhecido. Cheguei na parte em que ele contava:

E aí eu estva lá no meio do show, vi aquela luz enorme no céu, pensei: "agora ele não vai me perdoar, vieram me buscar". Aquela porcaria daquela luz ficava cada vez mais intensa, me borrei e acabei gritando no microfone: "Chegou minha hora, é Deus." Todo mundo viu aquela luz, mas ninguém sabia que diabos era aquilo, o apavoro tomou conta da equipe e do publico, e aí eu decidi, chega dessa loucura, o negócio agora é segui a luz!

Imagine só o grau de embriaguez, pensei comigo.

Pois bem, antes que minha loucura passasse fui me certificar do tal acontecimento e daquele desconhecido que levantava da cadeira e ia embora tomando uma garrafa de água "benta".

Achei meu amigo Jorge Arilson e fui lá perguntar quem era aquele pregador da palavra da luz. Jorge Arilson ainda rindo da conversão do cara me respondeu:

-Esse é o tal do Pequeno Ricardo.
-E essa história de seguir a luz?
-Ahh, ele surtou que via Deus e que Deus mandava sinais para ele se converter, ficou louco.
-Mas e a luz?
-A luz foi o último sinal, foi quando ele realmente ficou com medo do Deus dele.

Minha loucura foi dimunindo e eu fui voltando lembrando de uma história que eu já tinha ouvido, um cara muito louco que tocava um piano muito louco também.

E aí que fui entender a história, o cara começou a achar que recebia sinais de Deus para parar com o rock e virou cantor gospel (ótimo pra eles né, mais um pra pagar as doações obrigatórias), essa história de luz no céu foi um clarão que o tal viu durante um show sabe-se lá aonde, era uma luz enorme, talvez realmente assustadora, mas com certeza não era Deus querendo matar o pobre rockeiro. Sei que o cara realmente ficou com medo.

Depois disso ele encerrou a carreira, e até hoje anda por aí (e olha que até em Land Zeppelin ele já chegou) pregando a palavra e o medo da luz, que coisa não? Continuo pensando "imagina o garu de embriaguez, mas enfim...

Até hoje uns concordam com ele, outros dizem que era um cometa, outros que eram extra-terrestres, cada louco com sua teoria, já até ouvi falar que era Sputinik.

Minha volta dessa viagem foi marcada pela voz do Jorge Arilson falando:

-Deus aqui em Land Zeppelin é o Borra, o João, o Paulo, eu, o Página, o Planta... Essa história de religião acabar com o rock é invenção dos invejosos que não acreditam em coisas tão concretas quanto nós!

Um comentário:

  1. A luz.... havia um tempo em que comprava-se no bar.
    O nome da cachaça era luz.
    Acho que foi isso, hein!

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